sábado, 21 de julho de 2007

Segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Victor Paulino
Corre, corre, coooorre. Lá vem ônibus! Ufa! Consegui pegar! Sobe os degraus. “Bom dia” para o motorista. Segura firme senão você cai! “Bom dia” agora para o cobrador. Passa a roleta. Hoje o ônibus está vazio, tem como passar no corredor! Consegui um lugar, pra ficar em pé e olhando pela janela. Crianças indo para a escola, carros passando, UM CIRCO (está ali há uma semana). Hoje o pessoal não está conversando, está todo mundo quieto. Lembrei! Segunda-feira, o pessoal não acordou ainda! Loja de móveis, sapatos (ainda fechada, também são 7h15min nenhuma loja abriu), academia, farmácia, curvinha (cuidado para não cair em quem está sentado), tem um dormindo (a cabeça fica balançando como “João Bobo”), outro lendo (cara de sério), “R. João Dembinski”, conjunto residencial, oficina de carro. Tá parando, tá parando, parou. Sobe mais gente, enche um pouco mais. Opa, surge uma conversa, vou mudar de lado se não viro suco.
“Você viu, ela não fez nada, menina!”
Não consigo escutar mais, o motor do ônibus é mais alto, sem contar um “piiiiiiiiiiii” que sai da porta, quando o ônibus para fica mais alto. Mato, mato, matagal. O “carro” virou entrou na Eduardo Sprada. Condomínio, mercadinho. Parou, um pessoal vai descer.
“Aquela professora de Biologia!”
Só consigo escutar frases soltas. Virou, está pertinho do terminal. Passou o semáforo, andou mais um pouco virou de novo, terminal do Campo Comprido, estacionou. Descendo! Quanta gente pra entrar. Andando! Chego no ponto do outro ônibus.
Chegou o ônibus! Sobe de novo, só que esse já está cheio. Curva grande tem que segurar firme. Epa, o cobrador está do lado de fora! É verdade, a cadeira dele está vazia. O motorista esqueceu do cobrador, ninguém avisa. O cobrador está correndo. O ônibus está saindo do terminal e nada do motorista parar. Parou, mas para poder sair do terminal. Olhou, pra trás. Só dá pra ver a sombra do cobrador correndo. Abre a porta, o cobrador sobe.
“Você me esqueceu?” “Eu pensei que você já estava aqui dentro!”
Risos, risos e mais risos. O ônibus segue. Todo mundo apertadinho. Virou de novo e de novo. Entrou no Unicenp. Parou. Desci. Mais um dia pegando ônibus em Curitiba.
Todo dia é único dentro de um ônibus.

2 comentários:

Unknown disse...

Coletivos são educativos!

Anônimo disse...

Cadê o post novo?