quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Entrevista com Silvia Zanella sobre novas tecnologias de Comunicação Digital

Jornalista x Web: Atualmente é comum a busca de notícias on-line. Além da facilidade de contar com apenas alguns cliques do mouse para ir de uma notícia à outra, o webjornalismo também está intimamente associado com notícias em tempo real. As rádios e outros meios de comunicação se utilizam deste meio para contar com o imediatismo mais do que local, mundial. Outra vantagem desta nova forma de fazer jornalismo é a facilidade de busca de notícias antigas que pode ser alcançada ao mesmo tempo das notícias atuais, bem menos cansativo do que buscar um jornal impresso. Mas o ciberjornalismo não se limita a apenas matérias escritas, ele pode conter áudio de entrevistas em tempo real, fotos e imagens tudo que interesse ao leitor, como de um gol marcado no momento em que ele aconteceu, por exemplo. O crescimento desse tipo de jornalismo é visível, cada vez mais leitores e anunciantes se interessam pelo ramo. O jornalista tem mais esta ferramenta para exercer sua profissão, porém não há escolas de jornalismo que dêem estrutura e atenção para o webjornalismo. A busca de um acadêmico deve ser constante, para que não se limite a usar as tecnologias já exercidas e pensem que apenas pelo seu “curriculum recheado” o futuro está garantido, é necessário mais, sua atualização depende de esforço próprio. Como nós (fundadores desse blog) somos apenas estudantes de jornalismo, buscamos entrevistar alguém que estivesse no mercado de trabalho totalmente interado com o jornalismo digital. Silvia Zanella, jornalista, graduada pela UEPG, realizou curso de aperfeiçoamento profissional em Webjornalismo pela Universidade de Navarra, em Pamplona (Espanha). Atualmente ela é coordenadora de jornalismo do portal Tudo Paraná. Confira a entrevista escrita, com fotos.

Qual a relação que o profissional de comunicação deve ter com as novas tecnologias?

-É inevitável que hoje o jornalista esteja ligado a essas novas tecnologias que estão surgindo independente dele estar em uma área, por exemplo, no jornalismo de internet, as próprias redações do jornalismo impresso evoluíram muito no que diz respeito às novas tecnologias, a internet é uma realidade também nas redações impressas . O profissional de comunicação deve estar pronto para a nova era digital e o dinamismo que essa tecnologia permite: As informações instantâneas. Ver tudo isso vai fazer parte do cotidiano dos profissionais de comunicação. O conhecimento dessas novas tecnologias é fundamental.
Com o avanço da internet da telefonia celular, blogs, orkut qualquer cidadão pode tornar-se um comunicador?Isso poder tornar o profissional de comunicação obsoleto?
-Não. Eu não creio nisso. Eu acho que a gente tem que fazer uma divisão nisso tudo. Com o “boom” da internet dos anos 90, todo mundo estava se credenciando a fazer sites. Agora todos podem ter blogs, mas a prática do jornalismo, da comunicação em si exige responsabilidade que o profissional de comunicação tem ligada à uma empresa, responsabilidade de informar e como colocar essa informação. Existem jornalistas hoje que fazem parte de jornais impressos e de redações online e também têm seus blogs. Na morte da Papa, por exemplo, os jornalistas de jornais internacionais tinham seus blogs e colocavam os bastidores do que estava acontecendo. Muitas vezes, estas informações não iam pro jornal. Assim estes jornalistas davam sua opinião, faziam análises em relação aos fatos mas isso dentro de um contexto jornalístico, com responsabilidade, credibilidade. Temos de tomar um certo cuidado para não confundir as coisas. Eu vejo que as ferramentas que hoje estão surgindo vêm acrescentar, agregar valores para que se possa fazer uma boa comunicação. É preciso ter uma seleção do que se vai ler por parte do usuário. Bem pelo contrário, o que o profissional de comunicação precisa para não se tornar obsoleto é se aperfeiçoar.
Você vê dificuldades de encontrar profissionais que dominem a nova linguagem da web?
-São várias as dificuldades. A área da internet é uma área muito nova. Muitas vezes não se pode exigir que o profissional venha pronto. Hoje nas redações online você tem muita gente que migrou do jornalismo impresso e foi buscar aperfeiçoamento. Eu por exemplo, era editora de jornal impresso (na redação da Gazeta do Povo), e por curiosidade, quis tentar ver o que era esse tal de jornalismo na internet. Eu percebi que era um mecanismo muito diferente do jornal impresso. Por isso fui buscar uma especialização em webjornalismo fora do Brasil, na europa, mais especificamente na Espanha. Lá há muitas diferenças, principalmente no que se diz respeito à pesquisa nessa área. Quando eu fiz faculdade não havia internet, na minha época as redações eram na máquina de escrever, poucas estavam informatizadas, a internet era uma coisa muito distante. Eu não vejo esta evolução como uma coisa ruim. Pra mim foi muito importante. O mecanismo de trabalho na área de internet que é fascinante, você tem mil possibilidades de trabalhar com aplicativos multimídias. A internet esta “alavancando” uma série de possibilidades para outros veículos, como a própria tv, com transmissões ao vivo, e no rádio por meio da interatividade, com fóruns e enquetes. Você não pode trazer para a internet o pensamento que se tem no jornalismo impresso.
Você disse que a realidade na Europa é muito diferente. Quais são essas diferenças?
-Diferenças de conceito. Por exemplo, os blogs para uso do jornalismo são uma realidade muito mais antiga e consistente do que aqui. Eu percebo que aqui, agora as pessoas estão descobrindo os weblogs com essa função jornalística. Lá isso já é comum há muito tempo, já era uma coisa muito praticada. É muito bem empregado o conceito de se trabalhar a internet de uma maneira extremamente multimídia, até pela estrutura.
O Brasil esta entre os países que mais acessam a internet. Nós conseguimos transformar a internet em um espaço público?
-Acho que sim, você pode ver pelo próprio orkut, ele é um dos espaços hoje que pode ser exemplo claro dessa massificação. Antes eram os fóruns de debate, os chats. Eu acho que o orkut ocupando mais este espaço para discussões. Porque o fórum e o chat são mais provocados, precisa de alguém que esteja mediando. O orkut não, você cria sua comunidade e as pessoas vão se ligando a ela. Hoje é uma ferramenta pública. Assim como a televisão no seu início, apesar já era voltada para a massa mesmo com um custo alto, já se previa um perfil de massa, a internet também. Ela tende a se massificar ainda mais, pois hoje você se comunica em qualquer parte do mundo pela internet. Ela tem facilidades que não tem como negar.

Fotos: Graciele Muraro; Entrevista: Eloisa Parachen, Vanessa Ramos e Graciele Muraro; Edição: Evelise Toporoski, Flavio Sieg, Victor Paulino.

Um comentário:

Caroline Rocha disse...

Olá galera aqui é Caroline Rocha, sou do Cesumar, em Maringá. Quem me convidou para está entrando aqui foi a Vanessa. Primeiramente gostaria de parabenizá-los pela iniciativa, uma vez que vcs vão começara atuar na área de jornalismo, embora de forma mais informal, é um trabalho digno de aprender. Assim como eu falei para a Vanessa, gostaria de aconselhar vcs de coração, tente fazer textos menores. Segundo pesquisas, os leitores da Internet não lêem textos maiores que três parágrafos. Cada parágrafo tem que estar separado por espaços e as frases devem estar entrelinhados 1.5 á dois cm, para facilitar a visualização.
O conteúdo do texto que vcs fizeram ta muito bom, eu adorei. É muito interessante. E minha opinião e que cada vez mais o jornalismo esta sendo mediado pela Internet. É uma pena saber que jornais de credibilidade “copiam e colam” informação que muitas vezes não são averiguados. Fora o giletão que rola. Para quem não sabe gilete-press, e a forma que os programas de radiojornalismo fazem, que é ler no ar matérias de jornais impressos. È uma pena, porque a linguagem radiofônica fica limitada à linguagem do impresso. E com o uso abusivo da Internet o giletão mudou sua fonte, passou do impresso para net..É uma pena!! Parabéns!!!
Olha! Eu também tenho um blog de jornalismo opinativo. Seria um prazer tê-los lá. Comentando, criticando, informando, dando opinião... fazendo propaganda do blog de vcs...
www.conexo.blogspot.com.
Beijinhos

Caroline Rocha
2º jornalismo (Cesumar)
2º historia (Universidade Estadual de Maringá)